A oposição paulista
Ao confiar o
governo dos estados a tenentes, ligados a sua confiança, Vargas desagradou
grupos oligárquicos que também o ajudaram a chegar ao poder. Um desses grupos,
o Partido Democrático de São Paulo, liderado principalmente por empresários e
fazendeiros, tinha apoiado a Revolução de 1930 esperando receber em troca a
chefia do governo paulista.
Frente Única
Paulista (FUP)
Mas como Vargas entregou o governo de São Paulo a um militar, o Partido
Democrático (PD) o abandonou e uniu-se aos cafeicultores do Partido Republicano
Paulista, que tinham sido derrotados pela Revolução de 1930 e desejavam, agora,
voltar ao poder.
Da união
entre o partido Democrático e o Partido Republicano Paulista nasceu a Frente
Única Paulista (FUP). Essa frente era liderada por industriais, comerciantes e
grandes cafeicultores; enfim, pela elite paulista que, esquecendo das
divergências, uniu-se em defesa de seus interesses.
No documento de sua fundação, a Frente Única
Paulista exigia:
•
Autonomia para São Paulo
•
Uma nova constituição
•
Nomeação de um interventor civil
e paulista para chefiar o governo estadual.
Pressionado procurou contentar os paulistas
Pressionado,
Vargas procurou contentar os paulistas indicando Pedro de Toledo, civil e
paulista, para o governo de São Paulo. Marcou também eleições para uma
Assembleia Constituinte
Apesar
das medidas tomadas por Vargas os conflitos continuavam a ocorrendo entre a
Frente Única Paulista e os membros do governo Vargas.
Em São Paulo, os comícios, as
manifestações de rua e a propaganda contra o governo reuniam a cada dia um
número maior de pessoas.
MMDC (Martins Miragaia, Draúsio e Camargo)
Numa dessas manifestações de rua,
quatro estudantes (Martins, Miragaia, Draúsio e Camargo) foram mortos a tiros
enquanto atacavam a redação de um jornal que apoiava o governo de Vargas. A
morte dos estudantes exaltou ainda mais os ânimos paulistas. Com as letras iniciais formou-se a sigla
MMDC, que se tornou o símbolo do movimento de oposição e constitucionalista.
Explode a revolução (revolta)
No dia 09 de julho de 1932, explodiu
a revolução Constitucionalista: São Paulo reuniu armas e 30 mil homens para
lutar contra o governo federal. Seus principais líderes foram: o general
Isidoro Dias Lopes e o civil Pedro de Toledo
As tropas paulistas, formadas por
soldados da polícia do estado, recebiam a colaboração de muitas indústrias de
São Paulo, que ajudavam na fabricação de material de guerras como: granadas,
máscaras contra gases, lança-chamas, capacetes.
São Paulo ficou isolado
Esperando receber apoio de outros
estados, fato que não aconteceu, São Paulo ficou isolado do resto do país. Mato
Grosso foi o único estado acompanhar os paulistas. As demais oligarquias não
aderiram à Revolução Constitucionalista
A guerra arrastou-se por quase três
meses, provocando a morte de milhares de pessoas. Em outubro, cercados pelas
tropas federais, os paulistas foram obrigados a se render.
Perderam mas ganharam
Embora derrotados militarmente, os
paulistas se consideraram vitoriosos em termos políticos pois, terminada a
revolta, Getúlio Vargas garantiu a realização de eleições para a Assembleia
Nacional Constituinte, que ficaria encarregada de elaborar a nova constituição.