O
conceito de infância está tão incorporado à mentalidade contemporânea que se
tem a impressão de que ele sempre existiu, quando, na verdade, foi criado pela
cultura dos seres humanos, ou seja, foi historicamente construído.
Na
Europa Medieval (séculos V a XV) por exemplo, as crianças compartilhavam
totalmente o mundo adulto em seus trabalhos, jogos e vestimentas. Era comum,
por volta dos setes anos, as crianças serem afastadas da casa de seus pais para
servir como aprendizes nas casas de parentes ou conhecido. A socialização
dessas crianças era tarefa da comunidade e elas aprendia, as coisas que deviam
saber fazer ajudando os adultos a fazê-las.
Na
Europa moderna (séculos XV a XVIII), surgiu o conceito de infância, que
considerava as crianças criaturas especiais, com necessidade de proteção, de
preparo escolar para o domínio da leitura e da escrita e de separação do mundo
adulto. Porém, isso ficou restrito às classes abastadas. Nas classes populares,
a industrialização foi prejudicial à infância, já que obrigava as crianças a
pertencer ao mundo do trabalho dos adultos, como mão de obra de baixo custo.
A
partir da segunda metade do século XIX, contudo, principalmente nos países
ricos, houve um esforço para diferenciar cada vez mais o mundo infantil e para
afastar as crianças das fábricas e conduzi-las à escola. Disseminou-se a ideia
de vestuário e mobiliário especiais, de literatura e jogos infantis e de leis
de proteção que as tornaram definitivamente diferentes dos adultos.
No
Brasil, as crianças e as crianças pobres trabalhavam desde muito cedo, às vezes
desde os cinco amos apenas, quando se tornaram capazes de desempenhar pequenas
tarefas nas plantações, na criação de animais, ou mesmo engraxando sapatos ou
levando recados nos centros urbanos. Elas não podiam frequentar a escola e usufruíam
de pouco tempo para as brincadeiras
Elaborado por Mônica Lungov
Bugelli (CA)