sexta-feira, 6 de abril de 2012

Crise de 1929

Introdução
Os Estados Unidos foram o país que mais se beneficiou com a Primeira Guerra Mundial, tornando-se o mais poderoso de todo o mundo.
Durante a guerra, a indústria estadubudense abasteceu os países da Tríplice Entente com equipamentos, armas, alimentos e matérias primas. Além disso, os Estados Unidos substituíram os europeus nos mercados da América Latina e Ásia que tiveram de abandoná-los em virtude da guerra.
Ao fim da Guerra
Terminada a Primeira Guerra Mundial, os EUA assumiram a hegemonia mundial passando de potência devedora à potência credora no mercado internacional.
Sua indústria e sua agricultura haviam se desenvolvido enormemente. As reservas de ouro acumulados nos bancos norte-americanos superavam a todos os outros países do mundo.
Em 1920, a indústria norte-americana era responsável por 50% de toda a produção industrial do mundo. A agricultura foi impulsionada pela mecanização pela eletrificação rural.
Empréstimos a outros países
Os Estados Unidos então passaram a fazer vultosos empréstimos a outros países, tanto aos vencidos como aos vencedores da Grande Guerra. Dessa forma, ajudaram a reconstrução da Europa arruinada pela guerra, conseguindo ao mesmo tempo manter elevado seu nível de exportações para esses países.
American Way of Life (Estilo Americano de Vida)
Esses dias de glória da moderna sociedade industrial criaram o American Way of Lufe, que se caracterizava pelo consumo desenfreado de toda sorte de produtos, do automóvel aos milhares de eletrodomésticos. Viver bem virou sinônimo de consumir sempre mais. Consumir a última novidade inventada pela indústria. Era vital adquirir o último modelo de rádio, geladeira, automóvel, etc.
Causas da crise
 A crise de 1929 foi causada, sobretudo, pela insistência estadunidense em manter depois da guerra o mesmo ritmo de produção alcançado durante ela, quando abastecia os países envolvidos no conflito, fornecendo desde produtos alimentícios até manufaturas e combustíveis.
Ao longo dos anos de 1920, a economia europeia, foi recuperando sua capacidade produtiva, o que permitiu aos países do continente importar cada vez menos dos EUA e competir com os produtos estadunidenses no mercado internacional.
A solução seria reduzir produção
 A solução seria reduzir a produção, em determinados setores, o que provaria uma séria crise econômica e social, uma drástica diminuição dos lucros e um aumento do número de desempregados. A política do governo, essencialmente liberal, não poderia cogitar em intervir na produção. Confiava-se que o progresso e a estabilidade do país fossem suficientemente fortes para absorver qualquer excedente de produção.
Para enfrentar a situação
Para enfrentar a situação foi usado o seguinte esquema:
 - Os capitais excedentes no mercado estadunidense foram emprestados a países carentes de reservas financeiras. Esses países adquiriram, principalmente, máquinas e acessórios, com os quais reequiparam suas indústrias.
- Outra parte dos capitais norte-americanos foi investida diretamente nos Estados Unidos, sob a forma de créditos de consumo, para estimular as compras no mercado interno.
A produção agrícola foi armazenada, para evitar que um excesso de oferta baixasse demasiadamente os preços dos produtos. Assim, os fazendeiros tiveram que arcar com as despesas de armazenagem que, em geral, foram tão altas que os obrigaram a hipotecar suas propriedades, para poder pagá-las. Os estoques de cereais foram se acumulando e que se fossem lançados de uma só vez provocariam uma queda muitos brusca nos preços e impediria os fazendeiros de pagarem os juros.
Como se deu a crise
No plano externo: A volta da Inglaterra e da França ao comércio internacional, o que também contribuiu para a queda das exportações estadunidense.
No plano interno:
Produção agrícola: Os grandes estoques acumulados de cereais começaram a afetar os preços dos produtos agrícolas pelo simples fato de se saber de sua existência: os preços foram baixando, tornando difícil a situação dos fazendeiros, que começaram a falir por não poderem pagar suas dívidas. As fazendas passaram a serem propriedades dos bancos.
Produção industrial: A produção industrial chegou a exceder consideravelmente o consumo; as indústrias começaram a diminuir o ritmo de produção, deixando grandes massas de desempregados que ficaram sem capacidade de comprar nada, o que fazia com que o consumo diminuísse ainda mais.
O Crack da Bolsa de Valores de Nova Iorque
Especulação: A alta das ações de Bolsa de Nova Iorque era mantida artificialmente. Parte dos negócios consistia em especulação[1], e não investimento autenticamente produtivo. Entre 1926 e 1929, enquanto o índice da Bolsa de Nova Iorque subiu de 105 a 220 pontos, os negócios reais produtivos de 105 para 120.
Falsas expectativas de lucros: A alta das ações baseava-se em falsas expectativas de lucro que os investidores tinham em relação às empresas. Poucos prestavam atenção à real situação financeira das companhias que lançavam ações no mercado. A atitude geral dos acionistas era vender as ações quando elas subiam de valor e comprar ações de outra empresa mais promissora.
Oscilação das ações: Em setembro de 1929, as ações começaram a oscilar, subindo e descendo de maneira imprevisível. Eram os sinais da crise, mas os especuladores continuaram comprando e vendendo títulos.
No dia 24 de outubro de 1929: (A quinta-feira negra), a queda se intensificou, e os investidores trataram de vender suas ações rapidamente. Os valores das ações despencaram ainda mais nos dias seguintes.
No dia 29 de outubro de 1929: O desastre total aconteceu na terça-feira negra, pois os preços das ações despencaram vertiginosamente levando ao Crack (quebra) da Bolsa de Valores de Nova Iorque.
Pessoas foram levadas a miséria: As ações perderam o valor, levando milhares de pessoas que tinham investido em ações. Muitas delas tinham tomados empréstimos bancários para comprar ações e agora não podiam pagar. Diante do risco de quebra dos bancos, as pessoas correram para tirar seus depósitos. O efeito disso foi à falência de centenas de bancos em todo o país e das empresas que dependiam deles. Em consequência, milhões de trabalhadores perderam o emprego.
A crise piorou: O desemprego levou à queda e a ruína de comerciantes e industriais. Os preços despencaram. A crise piorou a situação dos pequenos fazendeiros e trabalhadores rurais. Não havia compradores para seus produtos, que acabavam apodrecendo nos campos e celeiros. Sem renda, não podiam pagar as dívidas e perdiam suas terras, que eram tomadas pelos bancos.
Recessão econômica: O crack de 1929 inaugurou um período de recessão[2] econômica nos EUA até 1932, quando começou a recuar.

New Deal: um programa para superar a crise
Em 1932, foi eleito como presidente dos Estados Unidos da América, Franklin Roosevelt, com a promessa de combater a crise que assolava os estadunidenses. Para cumprir seu compromisso, colocou em prática um conjunto de medidas que ficaram conhecidas como New Deal.
“Adotando esse plano, o governo norte-americano deixa de se guiar pelas ideias liberais, como fizera até então, e passava a praticar o intervencionismo econômico.

Entre as principais medidas do New Deal, cabe destacar: 
  • Controle, pelo governo, da produção e dos preços de grande parte dos produtos industriais e agrícolas;
  • Concessão de empréstimos a empresários rurais e urbanos que haviam falido;
  • Construção de grandes obras públicas como usinas hidrelétricas, estradas e barragens, a fim de diminuir o desemprego e aumentar o consumo;
  • Elevação dos salários, diminuição da jornada de trabalho, legalização de sindicatos e fixação de salários-mínimos;
  • Criação do salário-desemprego e da assistência aos idosos e desvalidos 
  • Lentamente e com dificuldade, devido à extensão da crise, o New Deal conseguiu fazer com que a economia estadunidense voltasse a crescer. ”  
(BOULOS Jr., A. História Geral, EJA, 4ª etapa, FTD, 2001.)

[1]Especulação Compra e venda de valores (ações, mercadorias, ouro, etc.) com o objetivo único e imediato de obter lucros e, portanto, sem reverter em investimento produtivo.
[2] Recessão: profunda crise econômica, com desemprego e baixa acentuada da produção industrial, do comércio, etc.

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