Introdução
D. Pedro I abdicou ao trono, no dia
07 de abril de 1831, em favor de seu filho D. Pedro de Alcântara. No entanto, o
futuro D. Pedro II tinha pouco mais de cinco anos de idade, não podendo por
isso assumir as responsabilidades do governo.
Determinação da constituição
Em seu capítulo V a constituição de
1824 determina:
Artigo 122 – Durante a
menoridade, o império será governado por uma regência, a qual pertencerá ao
Parente mais próximo do Imperador, segundo a ordem de Sucessão, e que seja
maior que vinte e um anos de idade.
Artigo 123 – Se o imperador não
tiver parente algum, que reúna estas qualidades, será o império governado por
uma regência permanente; nomeada pela Assembleia Geral, composta de três
membros dos quais o mais velho em idade será o presidente.
Regência tempo de
agitações políticas e sociais
No Período Regencial ocorreram nas
províncias muitos protestos populares, golpes políticos e importantes rebeliões
sociais.
Todas elas foram violentamente
reprimidas pelo governo central. Milhares de brasileiros morreram lutando por
melhores condições de vida e pelo fim de todo o tipo de abuso das autoridades.
A violência e a crueldade usada
contra eles foram enormes. Como justificar o número
elevadíssimo de mortos nessas rebeliões? A explicação dada pelos vencedores
foi que o extermínio dos rebeldes era o único jeito de pacificar o país e
manter a unidade nacional.
Etapas do Período
Regencial
No seu conjunto, o período regencial
passou por três etapas:
- Regência Trina Provisória – de 7 de abril a 17 de junho de 1831;
- Regência Trina Permanente – de 17 de junho de 1831 a 12 de outubro de 1835
- Regência Una – de 12 de outubro de 1835 a 23 de julho de 1840, compreendendo as regências de Feijó e Araújo Lima.
Regência Trina
Provisória
Introdução
No dia 07 de abril, data da
abdicação, o Parlamento brasileiro encontrava-se em férias. Não havia no Rio de
Janeiro um número suficiente de senadores e deputados que pudesse eleger os
três regentes que governariam o país. Assim em caráter de emergência, os poucos
parlamentares que se encontravam na cidade resolveram eleger uma Regência Trina
Provisória. A pressa em eleger uma regência foi
o medo de agitações populares.
Composição da Regência
Trina Provisória
A Regência Trina Provisória governou
o país por um período de aproximadamente três meses. Era composta por:
- Francisco de Lima e Silva (pai do futuro duque de Caxias);
- Nicolau Pereira de Campos Vergueiro e José Joaquim Carneiro de Campos.
Uma das principais preocupações dos membros
eleitos foi convocar os demais membros parlamentares para que elegessem, em Assembleia
Geral, a Regência Trina Permanente.
Medidas tomadas por
essa regência
Reintegração do Ministério dos
Brasileiros, demitidos por D. Pedro I em 5 de abril de 1831.
Dar anistia para todos os acusados de
crimes políticos;
Suspender o Poder Moderador. O
objetivo principal dessa última medida era limitar o poder dos regentes para
impedir a volta do autoritarismo adotado por D. Pedro I, durante o primeiro
reinado.
Avanço Liberal
Apesar das estruturas políticas do
império autoritário, as primeiras medidas da Regência provisória tinham o
caráter liberal e antiabsolutista. Era o início do chamado Avanço liberal, que
durou até 1837, período em que os grupos políticos das províncias alcançaram
maior grau de autonomia.
Partidos do Período Regencial
Nome e
apelido do Partido
|
Grupos
Sociais Representados
|
O que
defendiam
|
Liberal
Moderado
|
Grandes proprietários rurais, principalmente os senhores
de engenho do NE e cafeicultores do vale do Paraíba.
|
A monarquia com um governo fortemente centralizado
|
Liberal
Exaltado ou Farroupilha
|
Proprietários rurais descontentes com o governo central e
camadas médias das cidades
|
Um governo descentralizado com maior autonomia para as
províncias. Parte dos exaltados era favorável à República
|
Restaurador
ou Caramuru
|
Comerciantes, funcionários públicos e militares de origem
portuguesa.
|
A volta de D. Pedro I
|
A Regência Trina Permanente
Os liberais exaltados estavam no poder
Desde o início da regência os
liberais moderados estavam no poder. Para continuar governando, eles reprimiam
com violência toda e qualquer manifestação de protesto.
Multiplicavam-se os conflitos
Apesar da violência usada pelo
governo, multiplicavam-se os conflitos por todo o país. Explodiam nas
províncias desde brigas de rua entre brasileiros e portugueses até revoltas
organizadas pelos liberais exaltados.
Era comum ver soldados do Exército
entrando nas brigas de rua ao lado dos brasileiros e, portanto, contra os
portugueses, ou apoiando os exaltados na luta pelo poder
Os soldados por serem oriundos de
famílias pobres, os soldados também sentiam as dificuldades da maioria dos
brasileiros e por essa razão também lutavam contra o governo estabelecido.
Criação da Guarda Nacional
Por não confiar no exército, o
governo criou A GUARDA NACIONAL: uma força militar, organizada por proprietários
de terras, que tinha como objetivo sufocar qualquer manifestação contrária ao
poder central.
Surge a figura do coronel
Com a criação da Guarda Nacional
surge a figura do coronel, pois o governo concedia a mais alta patente da
Guarda Nacional, que era de coronel.
Cada fazendeiro-coronel organizava
um destacamento em sua região, com homens de sua confiança e com recursos
próprios.
O governo esperava que os
destacamentos espalhados pelas províncias, o governo esperava reprimir as
revoltas, pois o deslocamento do Rio de janeiro para algumas províncias levava
meses.
Como coronéis dessa força militar,
os fazendeiros se tornavam ainda mais poderosos.
Ato Adicional de 1834
A Reforma da Constituição de 1824
Introdução
Apesar da criação da Guarda
Nacional, continuavam explodindo revoltas e protestos em várias províncias
brasileiras.
Com o objetivo de conter as tensões
nas províncias, o governo dos moderados aprovou mudanças na constituição,
através de um Ato Adicional de 1834.
Ato Adicional de 1834
O Ato Adicional de 1834 determinava:
- A criação das Assembleias Legislativas nas províncias, de modo que cada província tivesse autonomia para elaborar algumas leis;
- A extinção do Conselho de Estado, cujos membros eram nomeados pelo imperador;
- A substituição da Regência Trina pela Regência Uma
- Que a eleição do regente deveria ser feita através do voto direto e secreto. O voto, porém, continuava a ser censitário.
O Ato Adicional conciliou interesses
O Ato Adicional, portanto, tentou
conciliar diversos interesses. Ao criar as Assembleias Legislativas
Provinciais, agradou aos exaltados, que queriam maior autonomia para as
províncias (descentralização). Ao criar a Regência Una, contentou os
restauradores favoráveis à centralização.
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