Dom Pedro II e Marechal Deodoro da Fonseca
Introdução
A monarquia brasileira
parecia ser uma anomalia diante de uma América republicana. Além de ser pouco
democrática, ela gerava desconfiança nos outros países americanos, pois
temia-se que o Brasil pudesse ser usado para a recolonização dos países já
independentes.
A República implantada no Brasil
foi motivada por vários fatores como veremos mais adiante. Um fato importante
sobre a Proclamação da República é que foi um golpe militar motivada por
oficiais de baixa patente.
Governo monárquico – década de 1870
O
governo monárquico, após a década de 1870 mostrava-se incapaz de atender às
novas aspirações de uma sociedade em plena transformação e modernização.
A monarquia parecia não
perceber as transformações que estavam ocorrendo na sociedade e continuava
ligada simplesmente a antiga aristocracia rural.
Modernização em vários setores do Brasil
O
Brasil passava por um período de modernização em vários setores como podemos
perceber abaixo:
Nos transportes: Os meios de transportes modernizavam-se, agilizando o transporte
de mercadorias, aumentando assim o lucro.
Na
agricultura: Esse setor também se modernizava com algumas novidades: a
introdução da cultura do café no oeste paulista e a utilização da mão de obra
livre, além da mecanização de sua produção.
Crescimento populacional
A população brasileira
apresentou um crescimento fenomenal que necessitava de um regime político que
atendesse suas necessidades. Podemos perceber o crescimento através dos dados a
seguir:
Período
|
População em milhões
|
1820
|
3
|
1880
|
14
|
Durante
o segundo reinado, o capitalismo industrial finalmente esboçava-se no Brasil. O
lucro do café era aplicado no na implantação da indústria. Pode-se perceber
esse crescimento levando em conta que em menos de dez anos as indústrias
passaram de 150 para 600 empresas.
Necessidade de um governo moderno
As transformações
apresentadas pelo Brasil evidenciavam a necessidade de um governo moderno
ligado a outros setores da economia e que impulsionasse o crescimento do país.
Questão religiosa, militar e aristocrata
O segundo reinado,
enfrentava outros problemas, além dos já citados. Entre eles encontramos a
questão religiosa, militar e aristocrata (abolicionista).
A questão religiosa
Introdução
A constituição de 1824
oficializava o catolicismo como religião oficial do Estado. Contudo criaram-se
instrumentos para submeter à igreja ao controle do estado. Esse fato gerou
conflitos entre o império e a igreja. Deve-se lembrar de que a igreja é uma
instituição fundamental para o império, pois legitima o poder do imperador.A questão religiosa latente (oculta, disfarçada) desde a constituição de 1824 explodiu a partir da década de 1860, quando o episcopado brasileiro reagiu contra o padroado e o beneplácito.
Padroado e Beneplácito
O padroado e o beneplácito eram instituições imperiais de controle da igreja.
O padroado era uma instituição que dava ao imperador o direito de intervir na nomeação de elementos do clero para ocupar cargos eclesiásticos importantes: bispos, cardeais e arcebispos.
O beneplácito por sua vez era a instituição que dava o direito ao imperador de vetar as decisões papais, ou seja, as decisões do pontífice só tinham validade se aprovadas pelo imperador.
Exemplos do controle do imperador sobre a igreja
Em 1864 – o papa proibiu as relações entre católicos e maçons. O imperador não aceitou a decisão e ignorou o Vaticano.
Em 1873 – Dois bispos (de Olinda e o de Belém) resolveram fechar as irmandades religiosas que não expulsassem os maçons das províncias de Pernambuco e Pará.
A ação do governo para os dois casos foi encarcerar os dois bispos por um período de quatro anos.
Igreja e Império – Relação abalada
Com todos esses fatos, a relação entre o império e a igreja, uma das bases da monarquia, ficou extremamente abalada. Perder o apoio da igreja mostrou-se complicado, pois é ela que está próxima do povo e o influenciava.
Por todos os motivos que foram expostos, o clero começou a apoiar a instalação de um governo republicano.
A questão Militar
Introdução
A
Guerra do Paraguai faz iniciar uma nova fase nas forças armadas, pois essa
instituição passa por um processo de modernização e politização. Até o evento
dessa guerra, as forças armadas estavam sujeitas ao descaso das autoridades
civis.
As
forças armadas, vitoriosa na guerra adquiriu uma nova consciência política que
a transformou em um instrumento
de defesa: do abolicionismo e de ideias republicanas.
Isso
a levou a confrontar frontalmente o regime monárquico que o menosprezava
pensando em neutralizá-los após a guerra.
Incidentes com o Exército
Além
dos problemas já existentes com o exército, vários incidentes entre os anos
1886 e 1887 marcaram o confronto com o governo monárquico. Entre esses incidentes
encontramos:O tenente-coronel Sena Madureira fez um pronunciamento através da imprensa escrita contra um projeto de lei que reformava o Montepio Militar prejudicando os militares. A partir desse fato, os militares foram proibidos de manifestarem-se publicamente. Montepio era a instituição em que se adquire o direito de deixar por ocasião da morte uma pensão à família. Sena Madureira foi exonerado por ter apoiado movimentos abolicionistas.
O Mal Deodoro da Fonseca foi destituído da presidência do Rio Grande do Sul por não ter punido militares do governo.
Todos os fatores citados até o momento contribuíram para que as forças armadas fosse a proclamadora da república.
Questão abolicionista
A
questão aristocrata também foi outro fator que contribuiu para a proclamação da
república. Os senhores de escravos cobravam do imperador uma indenização pela
perda de seus escravos que a Lei Áurea libertou. A lei foi assinada pela filha
do imperador Dom Pedro II, a princesa Isabel. A recusa do imperador em
atendê-los fez com que deixassem de apoiar o império.
Quem proclamou a República?
Mocidade Militar
Merece
destaque a chamada “mocidade militar” estudantes da Escola Militar, então
localizada na Praia Vermelha, Rio de Janeiro.
Esses estudantes eram oficiais de patentes inferiores do Exército
(alferes-alunos, tenentes e capitães) que possuíam educação superior na escola
já citada. Eles foram responsáveis por conspirarem pela república e juntamente
com Deodoro dirigirem-se ao campo de Santana no dia 15 de novembro de 1889.
Deodoro da Fonseca
O
Mal. Deodoro da Fonseca é um chefe militar que foi levado ao confronto com o
governo, motivado pela defesa da honra do exército e por algumas
particularidades da política do Rio Grande do Sul, que havia governado. Sua
chefia do governo deveu-se a esses problemas do que propriamente por convicções
republicanas.Imagens: Dom Pedro II https://beduka.com/blog/materias/historia/queda-da-monarquia-no-brasil-o-segundo-reinado/
Deodoro: https://pt.wikipedia.org/wiki/Questão_Militar
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