quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Juscelino Kubitschek (1956-1961)


 

Introdução
Completado o período de governo dos substitutos de Vargas, foram realizadas novas eleições em 1955. Os vencedores foram Juscelino Kubitschek de Oliveira como presidente, e João Goulart, para vice-presidente, ambos candidatos pelo PTB-PSD. Mais uma vez a UDN foi derrotada.
            Inconformados com a derrota, os udenistas tentaram dar um golpe para impedir a posse dos eleitos, porém reagindo ao golpe, o general Henrique Teixeira Lott, ministro da Guerra, desmontou a conspiração, garantindo a posse de Juscelino.


Plano de Metas 
No começo de seu governo, JK apresentou ao povo brasileiro o seu Plano de Metas, cujo lema era “cinquenta anos em cinco”, ou seja,  pretendia desenvolver o país cinquenta anos em apenas cinco de governo. O programa de governo priorizava cinco setores fundamentais: energia, transporte, alimentação, indústrias de base e educação. Entre as principais realizações do governo Juscelino, destacamos:

- Construção de usinas hidrelétricas (Furnas e Três Marias);
- Instalação de diversas indústrias, entre elas a automobilísticas;
- Abertura de rodovias, como a Belém-Brasília (20 mil quilômetros);
- Ampliação da produção de petróleo, que saltou de 2 milhões para 5,4 milhões de barris.
- Construção da capital federal, Brasília.

Desenvolvimento industrial
Foi na área do desenvolvimento industrial que JK teve maior êxito. Abrindo a economia para o capital internacional, atraiu o investimento de grandes empresas. Foi nesse governo  que entraram no país grandes montadoras de automóveis como, por exemplo, Ford, Volkswagen, Willys e GM (General Motors). Estas indústrias instalaram suas filiais na  região sudeste do Brasil, principalmente, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e ABC (Santo André, São Caetano e São Bernardo). As oportunidades de empregos aumentaram muito nesta região, atraindo trabalhadores de todo Brasil. Este fato fez aumentar o  êxodo rural (saída do homem do campo para as cidades) e a migração de nordestinos e nortistas de suas regiões para as grandes cidades do Sudeste.

Construção de Brasília: a nova capital
Além do desenvolvimento do Sudeste, a região  Centro-Oeste também cresceu e atraiu um grande número de migrantes nordestinos. A grande obra de JK foi a construção de Brasília, a nova capital do Brasil. Com a transferência da capital do Rio de Janeiro para Brasília, o presidente  pretendia desenvolver a região central do país e afastar o centro das decisões políticas de uma região densamente povoada. Com capital oriundo de empréstimos internacionais conseguiu finalizar e inaugurar Brasília, em 21 de abril de 1960.
A cidade começou a ser planejada e desenvolvida em 1956 pelo Urbanista Lúcio Costa e pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Milhares de trabalhadores pioneiros, os candangos, esforçaram-se noite e dia para concluir a obra no governo Juscelino.

 
 
 
Balanço do governo JK
A política econômica desenvolvimentista de Juscelino apresentou pontos positivos e negativos para o nosso país. A entrada de multinacionais gerou empregos, porém, deixou nosso país mais dependente do capital externo. Os nacionalistas diziam que a politica econômica de Juscelino tinha a vantagem de ser modernizadora, mas o defeito de ser desnacionalizadora. O investimento na industrialização deixou de lado a zona rural, prejudicando o trabalhador do campo e a produção agrícola. O país ganhou uma nova capital, porém a  dívida externa, contraída para esta obra, aumentou significativamente. A migração e o êxodo rural descontrolados fez aumentar a pobreza, a miséria e a violência nas grandes capitais do sudeste do país.
As grandes obras do período JK ajudaram a elevar a inflação, prejudicando a classe trabalhadora que, por, isso, reclamava aumentos salariais.
Juscelino realizou um governo marcado pela garantia das liberdades democráticas.  

Gilberto Cotrim, História e Consciência do Brasil. Editora Saraiva,1995

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