Objetivo básico das Metrópoles
A
colonização da América Latina foi essencialmente a de exploração. As metrópoles
não tiveram intenção de alguma de construir nações fortes e desenvolvidas nessa
parte das Américas. A política metropolitana era exatamente bloquear qualquer
desenvolvimento autônomo da colônia.
A
finalidade das metrópoles foi o de explorar o máximo das riquezas, das terras
para latifúndio em benefício próprio.
Conflitos
entre as colônias e metrópoles
Depois
do primeiro século de colonização baseada na exploração começaram a surgir
conflitos entre as colônias e as metrópoles. As raízes desse conflito
encontravam-se no próprio sistema colonial, ou seja, na forma de opressão das
colônias através do pacto colonial.
Pacto
colonial
O
Pacto colonial era o monopólio comercial entre as metrópoles e suas colônias.
Ele determinava que a colônia só poderia comercializar com sua metrópole.
Rebeliões
na América Latina
Toda essa situação de opressão
resultou em várias rebeliões na América Latina, dominada por portugueses e
espanhóis.
As
rebeliões foram promovidas pelas elites locais ligadas ao comercio. A principal
razão das revoltas era defender os interesses dessas classes privilegiadas e
por fim colocou em crise o sistema colonial.
Fatores
que contribuíram para as independências
• Crise do sistema colonial: As elites
locais e suas rebeliões proporcionaram que o próprio sistema colonial fosse
questionado.
• Iluminismo e Revolução Francesa:
Forneceram as ideias de liberdade política e econômica.
• Revolução Industrial Inglesa: Promoveu
um grande aumento na produção e para que as mercadorias fossem exportadas era
preciso abrir os mercados americanos fechados pelo Pacto colonial.
• Domínio Francês sobre a Espanha: O
trono espanhol foi ocupado por José Bonaparte, irmão de Napoleão, em 1808. Esse
fato enfraqueceu a administração espanhola sobre as colônias o que favoreceu a
luta pelas independências.
• Independência dos Estados Unidos da
América: Este promoveu a motivação para a Independência espanhola e portuguesa.
Independência
das colônias espanholas – 3 fases
O
processo de independência das colônias espanholas pode ser dividido em três
fases.
1ª
fase (1780-1810)
1780
– Rebelião no Peru liderado por um líder local chamado Tupac Amaru. O movimento
foi reprimido pelos espanhóis e o líder da revolta foi preso e morto.
1804
– Independência do Haiti: Escravos negros se revoltam contra a elite branca que
foi expulsa da ilha. Ela esteve unida com a República Dominicana entre
1822-1844. Em 1859 tornou-se uma república.
A
população do Haiti atualmente é predominantemente negra compondo-se de 99% de
negros e 1% de mulatos.
2ª
fase (1810-1816)
Os
movimentos de emancipação foram reprimidos pelas tropas espanholas. A principal
causa do fracasso foi a falta de apoio dos países estrangeiros.
3ª
Fase (1817-1828)
Reorganização
dos movimentos de emancipação, que contavam com o apoio da Inglaterra e EUA.
Nessa
fase destacaram-se:
- Simón Bolívar: Responsável pela libertação da Venezuela, Colômbia e Equador.
- José de San Martín: Responsável pela libertação da Argentina, Chile e Peru.
- Agustín Itúrbide: Responsável pela libertação do México.
- Somente Cuba e Porto Rico ainda permaneceram sob o domínio espanhol.
Cuba
- 1898
Cuba a maior ilha do Caribe foi
descoberta em 1492 por Cristóvão Colombo. Sendo ocupada por espanhóis que
utilizavam a ilha para produzir cana de açúcar e tabaco.
A
luta pela independência cubana deu-se com a ajuda dos norte-americanos
interessados em manter sua hegemonia sobre a ilha. Finalmente em 1898 conseguiu
sua emancipação em relação à colônia espanhola. Porém, de 1902-1959 os EUA
apoiaram uma sucessão de governos corruptos e sem ligação com o social.
A
história cubana começa a tomar outro rumo quando em 1959 houve a Revolução
Cubana liderada por Fidel Castro que terminou por instaurar o Regime Socialista
em Cuba.
Doutrina
Monroe - 1923
Em 1823, com a proclamação da
Doutrina Monroe pelos EUA, a independência da América tornou-se irreversível.
Em
1823, o presidente James Monroe, em mensagem ao congresso, anunciou a
disposição dos Estados Unidos em impedir qualquer país europeu de estabelecer
colônias na América ou intervir em suas questões internas.
Essa
mensagem ao Congresso americano, ficou conhecida como a Doutrina Monroe, e seu
lema era: a América para os americanos. No entanto, seu verdadeiro significado
era: a América para os Estados Unidos.
Divisão
em vários países
Os
líderes responsáveis pela independência da América Espanhola, como Simon
Bolívar, desejavam manter ao menos a unidade dos antigos vice-reinos, mas suas
tentativas malograram, pois uma série de guerras civis eclodiu culminando com a
fragmentação em diversos estados comandados por lideranças locais.
Sob
iniciativa do próprio Bolívar ocorreu a formação da Grande Colômbia formada
pela Colômbia, Panamá, Venezuela, Equador e Peru, porém divergências internas
culminaram na fragmentação em vários países.
Governo
– Aristocracia Criolla
Os
governos da América Espanhola foram assumidos pelos descendentes de espanhóis
nascidos na América, os criollos. Eles formavam a classe dominante durante o
período colonial e continuaram após as emancipações.
Independência
Restrita - o sonho frustrado da maioria do povo
A independência na América Latina
não recompensou os pobres, os expropriados, nem aqueles que realmente lutaram
contra o poder espanhol nos campos de batalha.
Quando
a paz chegou, após a independência, os donos de terra e os grandes mercadores
aumentaram suas fortunas, enquanto se ampliava a pobreza das massas populares
oprimidas.
A
burguesia latino-americana, verdadeira legião de parasitas, comemorou a
independência em taças de cristal britânicas. Puseram em circulação as palavras
de ordem da burguesia europeia. E nossos países punham-se ao serviço dos
industriais ingleses.
A
América Latina logo teve suas Constituições burguesas envernizadas de
liberalismo, mas não teve uma burguesia criadora, no estilo europeu ou
norte-americano, que se propusesse à missão histórica do desenvolvimento de um
capitalismo nacional vigoroso.
As
burguesias latino-americanas nasceram como simples instrumentos do capitalismo
internacional. Foram simples peças da engrenagem mundial.
Assim,
uma série de frustrações sucedeu à independência. Frustrações econômica, social
e nacional. (Eduardo Galeano, As veias abertas da América Latina, Paz e Terra,
1978. p.128-9 (texto adaptado) in Cotrim, Gilberto, História e Consciência do
Mundo.v2, Editora Saraiva,1999.p.111)
Imagens:http://independenciaamericaespa.blogspot.com.br/2016/03/independencia-da-america-espanhola.html
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