Arranjo político que vigorou no período da
Primeira República (mais conhecida pelo nome de República Velha), envolvendo as
oligarquias de São Paulo e Minas Gerais e o governo central no sentido de
controlar o processo sucessório, para que somente políticos desses dois estados
fossem eleitos à presidência de modo alternado. Assim, ora o chefe de estado
sairia do meio político paulista, ora do mineiro.
Voto de Cabresto
Nessa época, o voto era aberto, portanto havia por parte dos coronéis e oligarquias o controle do voto do eleitor.
Os conflitos que
levaram à Ruptura Oligárquica
Ano de 1929 – Crise de superprodução
O ano de 1929 foi marcado por uma das maiores
crises do capitalismo mundial. A principal causa dessa crise foi a
superprodução da indústria norte-americana que, nos anos seguintes à Primeira
Guerra Mundial, muito produzindo além das necessidades de compra do mercado
internacional e do seu próprio mercado interno. Para se ter uma ideia do
poderio industrial dos Estados Unidos, basta dizer que, no pós-guerra, esse
país respondia por quase 50% de toda a produção industrial do mundo
29 de outubro de 1929 –
Quebra da Bolsa de Nova Iorque
Um dos dias mais tenebrosos dessa crise foi 29
de outubro de 1929, quando ocorreu a queda vertiginosa de milhões de ações na
Bolsa de Nova Iorque. As ações perderam quase todo seu valor financeiro.
Empresas e bancos foram a falência, com o desdobramento da crise.
Desdobramento da crise
Com o desdobramento da crise, entre 1929 e
1932, a produção industrial dos Estados Unidos foi reduzida em 54%, deixando
milhões de trabalhadores desempregados.
A Crise afetou outros países, inclusive o Brasil
A quebra da Bolsa de Nova Iorque abalou o
mundo, afetando os países que dependiam de exportações para os Estados Unidos.
Foi o caso do Brasil, que deixou de vender milhões de sacas de café. Nesse ano
a produção brasileira de café havia atingido 21 milhões de sacas, mas as
exportações ficaram em 14 milhões. Consequência: O preço do café despencou. Os
cafeicultores entraram em pânico. Milhares de sacas de café foram queimadas, na
tentativa de escassear o produto e segurar os preços. Tudo em vão. Foi
impossível conter o desastre econômico que afetou a cafeicultora brasileira e
abalou as estruturas da República Velha.
Conflitos políticos
brasileiros
Ruptura política entre
Minas Gerais e São Paulo
Além dos problemas econômicos, surgiu a ruptura
política entre as lideranças de Minas Gerais e São Paulo. Não houve
entendimento para indicar o candidato presidencial à sucessão de Washington
Luís. Nas eleições de 1930, a oligarquia paulista apoiava o candidato Júlio
Prestes, do PRP, enquanto os políticos mineiros apoiavam o nome de Antônio
Carlos Ribeiro de Andrade, que era governador de Minas Gerais.
O rompimento do acordo do “café com leite”,
isto é, o desentendimento entre o PRP e O PRM, agitou o país. A oposição às
oligarquias mais tradicionais aproveitou o momento para conquistar espaço
político e formar alianças.
Nasce a “Aliança
Liberal”
Descontentes com a atitude de Washington Luís,
Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba formaram a Aliança Liberal e lançaram
a candidatura de Getúlio Vargas à Presidência da República, com o governador
paraibano João Pessoa como candidato a vice-presidência.
Programa de governo dos
candidatos
Júlio
Prestes:
O programa desse candidato não trazia novidades significativas.
Getúlio
Vargas :
Em contrapartida, o da Aliança Liberal propunha:
- Moralidade administrativa,
- Voto Secreto,
- Criação da Justiça Eleitoral
- Anistia aos presos políticos
- Criação de Leis Trabalhistas
- Incentivo a produção Industrial.
O programa da Aliança Liberal tinha aceitação
junto às classes médias e aos militares ligados ao Tenentismo.
Explode a Revolução
Apurados os votos da eleição de 1930, Júlio
Prestes tinha sido vitorioso, derrotando o candidato da Aliança Liberal,
Getúlio Vargas.
Conspiração contra o
governo
Os líderes da Aliança Liberal não aceitaram o
resultado da eleição e contando com o apoio de alguns militares passaram a
conspirar contra o governo. Diziam que a vitória de Júlio Prestes não passava
de uma fraude, um roubo. Na verdade, é difícil saber quem, dos dois lados,
utilizou mais violência ou fraude para ganhar as eleições. A única certeza é
que a oligarquia paulista foi mais eficiente nos métodos empregados.
“Façamos a revolução
antes que o povo o faça”
O clima de revolta aumentava no país. Nesse
momento, o governador mineiro Antônio Carlos pronunciou a célebre frase que
entrou para a história: “façamos a revolução antes que o povo a faça” . Tal
frase mostra que as elites da Aliança Liberal tinham consciência de que era
preciso assumir o comando das transformações, antes que outros grupos sociais o
fizessem, levando o povo a promover mudanças mais profundas no país.
Morte de João Pessoa
A revolta contra as estruturas ganhou força e
acelerou os acontecimentos, quando João Pessoa, candidato a vice-presidência
foi assassinado por motivos pessoais e políticos, em 25 de julho de 1930. A
morte do governador paraibano foi a gota d’água, a emoção que faltava para unir
a oposição contra o governo.
Explode a luta armada
Aproveitando a revolta popular (muitos culpavam
o governo federal pelo assassinato), em 3 de outubro de 1930 os rebeldes
liderados por Getúlio partiram do Rio Grande do Sul em direção ao Rio de
Janeiro, dispostos a derrubar o governo.
Início da Era Vargas
Reconhecendo o avanço da guerra civil, os
militares do Rio de Janeiro, liderados pelos generais Mena Barreto e Tasso
Fragoso, depuseram o presidente Washington Luís, no dia 24 de outubro, poucas
semanas antes do fim do seu mandato. O poder foi entregue a Getúlio Vargas,
chefe político da Revolução de 1930. Terminava a República Velha. Iniciava-se o
período getulista ou a Era Vargas.
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