Introdução
Completado o período de governo dos substitutos de Vargas,
foram realizadas novas eleições em 1955. Os vencedores foram Juscelino
Kubitschek de Oliveira como presidente, e João Goulart, para vice-presidente, ambos
candidatos pelo PTB-PSD. Mais uma vez a UDN foi derrotada.
Inconformados com a derrota, os udenistas tentaram dar um
golpe para impedir a posse dos eleitos, porém reagindo ao golpe, o general
Henrique Teixeira Lott, ministro da Guerra, desmontou a conspiração, garantindo
a posse de Juscelino. Plano de Metas
No começo de seu governo, JK apresentou ao povo brasileiro o seu Plano de Metas, cujo lema era “cinquenta anos em cinco”, ou seja, pretendia desenvolver o país cinquenta anos em apenas cinco de governo. O programa de governo priorizava cinco setores fundamentais: energia, transporte, alimentação, indústrias de base e educação. Entre as principais realizações do governo Juscelino, destacamos:
- Construção de usinas hidrelétricas (Furnas e
Três Marias);
- Instalação de diversas indústrias, entre elas
a automobilísticas;
- Abertura de rodovias, como a Belém-Brasília (20
mil quilômetros);
- Ampliação da produção de petróleo, que saltou
de 2 milhões para 5,4 milhões de barris.
- Construção da capital federal, Brasília.
Desenvolvimento
industrial
Foi na área do
desenvolvimento industrial que JK teve maior êxito. Abrindo a economia para o
capital internacional, atraiu o investimento de grandes empresas. Foi nesse governo
que entraram no país grandes montadoras
de automóveis como, por exemplo, Ford, Volkswagen, Willys e GM (General
Motors). Estas indústrias instalaram suas filiais na região sudeste do Brasil, principalmente, nas
cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e ABC (Santo André, São Caetano e São
Bernardo). As oportunidades de empregos aumentaram muito nesta região, atraindo
trabalhadores de todo Brasil. Este fato fez aumentar o êxodo rural (saída do homem do campo para as
cidades) e a migração de nordestinos e nortistas de suas regiões para as
grandes cidades do Sudeste.
Construção de Brasília: a nova capital
Além do desenvolvimento do Sudeste, a região Centro-Oeste também cresceu e atraiu um grande número de migrantes nordestinos. A grande obra de JK foi a construção de Brasília, a nova capital do Brasil. Com a transferência da capital do Rio de Janeiro para Brasília, o presidente pretendia desenvolver a região central do país e afastar o centro das decisões políticas de uma região densamente povoada. Com capital oriundo de empréstimos internacionais conseguiu finalizar e inaugurar Brasília, em 21 de abril de 1960.
A cidade começou a ser planejada e desenvolvida em 1956 pelo Urbanista Lúcio Costa e pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Milhares de trabalhadores pioneiros, os candangos, esforçaram-se noite e dia para concluir a obra no governo Juscelino.
Balanço
do governo JK
A política econômica
desenvolvimentista de Juscelino apresentou pontos positivos e negativos para o
nosso país. A entrada de multinacionais gerou empregos, porém, deixou nosso país
mais dependente do capital externo. Os nacionalistas diziam que a politica
econômica de Juscelino tinha a vantagem de ser modernizadora, mas o defeito de ser desnacionalizadora. O investimento na industrialização deixou de
lado a zona rural, prejudicando o trabalhador do campo e a produção agrícola. O
país ganhou uma nova capital, porém a
dívida externa, contraída para esta obra, aumentou significativamente. A
migração e o êxodo rural descontrolados fez aumentar a pobreza, a miséria e a
violência nas grandes capitais do sudeste do país.
As grandes obras do
período JK ajudaram a elevar a inflação, prejudicando a classe trabalhadora
que, por, isso, reclamava aumentos salariais.
Juscelino realizou um
governo marcado pela garantia das liberdades democráticas.
Gilberto Cotrim, História e Consciência
do Brasil. Editora Saraiva,1995