Introdução
Vários motivos levaram à queda da
popularidade do imperador e a sua consequente abdicação (renúncia) do trono
brasileiro. Entre eles encontramos:
•
O
fechamento da Assembleia Constituinte de 1823: D. Pedro I, não
aceitando que a assembleia constituinte desejava limitar seus poderes, ele
fecha a constituinte e nomeia o Conselho de Estado, responsável por redigir uma
constituição. Esse episódio ficou conhecido como a Noite da Agonia.
•
A
imposição da Constituição de 1824: Ao fechar a Assembleia de
1823, D. Pedro nomeou o Conselho de Estado para redigir uma constituição e no
dia 25 de março de 1824 outorgou a constituição a nação brasileira.
•
A
violência aos rebeldes da Confederação do Equador:
Mesmo, após terem vencido a guerra, as tropas leais ao imperador incendiaram
casas, mataram populares e finalmente fuzilaram um dos líderes mais populares
da revolta: Frei Caneca.
•
Crise
econômica da primeira metade do século XIX: Durante o primeiro
reinado, o Brasil, enfrentava uma grande crise econômica, pois faltava um
produto para exportação. Esse fato fazia o país depender de empréstimos do
exterior. A cada ano a dívida aumentava devido aos juros e D. Pedro I aumentava
os impostos para compensar os gastos.
•
Guerra
Cisplatina: Para complicar a situação, em 1825, eclodiu a
Guerra Cisplatina. A Província da Cisplatina foi anexada por D. João VI, em
1816. Entre os anos de 1825-1828 aconteceu o movimento de independência da
província o que acabou dando origem ao atual Uruguai. A guerra serviu para
agravar ainda mais a crise econômica brasileira aumentando o desgaste do
imperador.
•
Questão
Sucessória Portuguesa: Após a morte de D. João VI, o trono
português ficou vago, D. Pedro não podia assumir duas coroas então decide
abdicar ao trono de Portugal em favor de sua filha Maria da Glória, porém D.
Miguel, irmão de D. Pedro I usurpou o trono. Esse fato fez o imperador
brasileiro armar um exército português com recursos brasileiros o que gerou
mais descontentamento.
•
Imprensa
– Morte de Líbero Badaró: A imprensa, principal oposicionista
sofria violenta repressão em São Paulo. No ano de 1830, o jornalista Líbero
Badaró, responsável pelo Jornal Observador Constitucional foi assassinado. A
impunidade dos envolvidos levantou suspeita sobre o envolvimento do imperador.
Noite das Garrafadas (13 de
março de 1831)
Com o objetivo de aliviar tensões
políticas, D. Pedro I, em fevereiro de 1831, resolveu viajar para Minas Gerais.
Os mineiros, entretanto, procuraram demonstrar seu protesto com a situação do
país, espalhando pela cidade faixas pretas em luto, pela morte de Líbero
Badaró.
Ao retornar para o Rio de Janeiro, o
Partido Português organizou uma festa para mostrar seu apoio ao imperador. Os
políticos liberais e os membros do Partido Brasileiro decidiram impedir que a
festa fosse realizada. Dessa maneira, portugueses e brasileiros confrontaram-se
nas ruas do RJ durante cinco dias. Em um desses dias: 13 de março de 1831, os
brasileiros atacaram as casas dos portugueses que responderam atirando garrafas
e cacos de vidros essa noite ficou conhecida como a Noite das Garrafadas.
Abdicação de D. Pedro I (07 de
abril de 1831)
Tentando acalmar os ânimos
políticos, D. Pedro organizou um ministério composto somente de brasileiros, no
dia 19 de março de 1831. Mas no dia 05 de abril de 1831, o imperador resolveu
demitir esse ministério, porque não acatava totalmente suas ordens.
Outro ministério foi organizado,
dessa vez composto somente de portugueses provocando uma grande revolta que
recebeu o apoio das tropas imperiais até mesmo de comandantes fiéis como
Francisco de Lima e Silva. Percebendo a situação extremamente delicada que se
encontrava, D. Pedro, no dia 07 de abril de 1831, abdicou do trono brasileiro
em favor de seu filho, D. Pedro de Alcântara, que na época contava com apenas
cinco anos de idade.
O significado político da
abdicação
A abdicação representou a derrota
dos grupos absolutistas do Partido Português e a vitória da oposição nacional
que desejava consolidar o Estado Brasileiro. Essa oposição não era um bloco
homogêneo, pois nela figuravam, por exemplo, as classes ricas dos grandes
proprietários de terras e as classes populares, representadas pelos liberais
exaltados.
Povo - Massa de Manobra
Com astúcia, os ricos dirigiram a
oposição contra D. Pedro I, utilizando as classes populares como Massa de
Manobra. De fato, muita gente do povo saiu às ruas para protestar e exigir a
abdicação do imperador.
Desfecho previsível – Jornada
dos tolos
O desfecho foi previsível: assim que
D. Pedro I deixou o país, as classes ricas assumiram o poder e expulsaram os
representantes das classes populares da cena política. Por isso, Teófilo Ottoni
líder liberal mineiro, disse que o 07 de abril foi, para o povo, uma verdadeira
jornada de tolos, o dia dos enganados.
A luta do povo serviu para
satisfazer os interesses da elite
A luta do povo serviu para
satisfazer os interesses dos ricos. Afinal, não era apenas D. Pedro I o único
obstáculo à realização de uma ordem social mais justa e mais democrática.