terça-feira, 24 de outubro de 2017

Abolição da escravidão brasileira


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AS PRESSÕES INTERNAS E EXTERNAS CONTRA A ESCRAVIDÃO; A PRESSÃO DA INGLATERRA; AS LEIS ABOLICIONISTAS E A LIBERTAÇÃO DOS ESCRAVOS
 
Introdução
Nas primeiras décadas do século XIX algumas personalidades se pronunciaram contra a escravidão, mas não eram ouvidas, porém após a Guerra do Paraguai a sociedade assumiu posições abolicionistas
 
Guerra do Paraguai
A Guerra do Paraguai foi fundamental para a mudança de posição em relação à escravidão isso se deveu a fatores, como:  a participação dos negros na Guerra do Paraguai; a bravura demonstrada por eles nas batalhas.
 
Ampliação de mercados consumidores
            A classe média (industriais e comerciantes) tornou-se a favor da abolição da escravatura, porque viam nisso a possibilidade de ampliação dos mercados consumidores, pois acreditavam que o assalariamento dos negros libertos os tornaria consumidores.
 
Café do Oeste Paulista
A cultura do café foi implantada no Brasil durante o segundo império e sempre utilizou mão-de-obra escrava. Porém uma experiência inovadora no Oeste Paulista irá mudar esse panorama.
Os cafeicultores do Oeste de São Paulo estavam utilizando mão-de-obra livre e com isso obtinham mais lucros, o imigrante que vinha trabalhar na cultura de café recebia seu salário por empreitada e assim empenhava-se mais no plantio e colheita do café.
 
Escravo prejudicial para uma economia moderna
Além dos fatores já citados, deve-se ter em mente que a escravidão era prejudicial para uma economia que estava enfrentando um processo de modernização e dinamização.
 
Pressões externas contra a escravidão
A escravidão enfrentava, pressões externas, principalmente da Inglaterra para que ocorresse a libertação dos escravos.
 
Pressões da Inglaterra
A Inglaterra, uma das nações mais poderosas da época, era a que mais pressionava o Brasil para abolir a escravidão seu interesse pode ser explicado por causa de dois fatores:
1º) O interesse em aumentar o consumo de seus produtos no Brasil. Os negros libertos tornariam-se aptos a comprar os produtos industrializados ingleses.
2º) O interesse em manter os africanos trabalhando nas plantações de algodão e nas minas de diamantes que possuíam no continente africano.
            A Inglaterra, no decorrer do tempo foi aumentando a pressão para que o Brasil libertasse seus escravos esse fato pode ser percebido nas leis impostas pela Inglaterra:
1810 – Os ingleses fizeram o governo português no Brasil a se comprometerem a abolir o comércio de escravos.
1827 – A Inglaterra exige que o Brasil deixe de comprar escravos no prazo de três anos.
1845 – A Inglaterra declara guerra ao tráfico. Sua marinha recebeu autorização de bombardear os navios que transportassem escravos. A lei foi denominada “Bill Aberdeen”.
 
Abolição Gradativa
            Devido às pressões internas e externas contra a escravidão, o Brasil necessitava abolir o tráfico e a própria escravidão, porém não a executou de uma só vez, mas de forma gradativa, como se pode verificar pelas leis que foram sendo regulamentadas:
Eusébio de Queiros - Lei 581– 04.09.1850 - Lei que extinguia o tráfico negreiro, mas não o trabalho escravo. Além disso, ainda continuou a existir a entrada de africanos no país pelo contrabando, intensificando-se o tráfico interno. É importante salientar que os recursos aplicados na comercialização de escravos foram aplicados em novos empreendimentos.
Lei do Ventre Livre - Lei 2.040 - 28.09.1871 – Lei que estabelecia a liberdade para os escravos nascidos a partir de sua aprovação, mas que na prática, os mantinha cativos até os 21 anos.
O parágrafo 1ª dessa lei afirma que os filhos menores ficarão em poder e sob a autoridade dos senhores de suas mães, os quais terão obrigação de criá-los e tratá-los até a idade de oito anos completos. Chegando o filho da escrava a esta idade, o senhor da mãe terá a opção, ou de receber do Estado a indenização de 600$000, ou de utilizar-se dos serviços do menor até a idade de 21 anos completos.
Lei dos Sexagenários ou Lei Saraiva-Cotegipe - Lei 3.270 - 28.09.1885:  Lei que estabelecia a liberdade para os escravos a partir dos 65 anos. Convém lembrar que eram poucos aqueles que atingiam esta idade e os que conseguiam, não tinham meios para subsistir após a libertação.
O Artigo 3ª afirma que são libertos os escravos de 60 anos de idade, completos antes e depois da data em que entrar em execução esta lei, ficando, porém, obrigados a título de indenização pela sua alforria, a prestar serviços a seus ex-senhores pelo espaço de três anos. Os maiores de 65 anos não estão sujeitos aos iludidos serviços.
A Lei Áurea - 13 de maio de 1888 – Em dado momento da história, a escravidão tornou-se insustentável pelas pressões que vinham de todos os lados, dessa maneira era foi abolida no ano de 1888.
A Lei Áurea de assinada pela princesa Isabel, regente do Brasil, em 13 de maio de 1888 abolindo definitivamente a escravidão do Brasil. Segue abaixo o texto contendo a lei assinada pela princesa Isabel:
 
Lei Áurea  - Lei 3.353 de 13 de Maio de 1888 Declara Extinta A Escravidão no Brasil
A Princesa Imperial Regente, em nome de Sua Majestade o Imperador, o senhor D. Pedro II faz saber a todos os súditos do Império que a Assembleia Geral decretou e Ela sancionou a Lei seguinte:
 
Art. 1o - É declarada extinta desde a data desta lei a escravidão no Brasil.
Art. 2o - Revogam-se as disposições em contrário.

Deve-se lembrar de que a referida lei extinguia a escravidão, sem estabelecer mecanismos de integração dos ex-escravos, o que os marginalizava no mercado de trabalho e na sociedade brasileira.
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Dom Pedro II e Princesa Isabel
Imagem 1: http://www.portaldx.com.br/noticia/601/13-de-maio-de-1888-e-sancionada-a-lei-aurea-para-a-abolicao-da-escravidao-no-brasil.html
Imagem 2: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Isabel_e_Pedro_II_1870.jpg

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